«A salvação está mais perto de nós» (Romanos 13:11-14a)

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Leitura da carta de São Paulo Apóstolo aos Romanos

Irmãos,

Vocês sabem disso: chegou a hora, o momento de despertar do sono já chegou. Pois a salvação está mais perto de nós agora do que quando abraçamos a fé pela primeira vez.

A noite terminou, o dia está chegando. Deixemos de lado as obras das trevas e revistamo-nos da armadura da luz. Vivamos de maneira honrosa, como em pleno dia, não em orgias e bebedeiras, não em devassidão e libertinagem, não em brigas e inveja, mas revistamo-nos do Senhor Jesus Cristo.

Despertar para viver: a urgência luminosa do Evangelho segundo São Paulo

O chamado que ressoa através dos séculos.

Há textos bíblicos que nos acariciam suavemente, como uma brisa leve numa noite de verão. E há aqueles que nos sacodem, que nos arrancam do nosso torpor com uma urgência quase perturbadora. A passagem do Carta aos Romanos A passagem que vamos explorar juntos pertence, sem dúvida, a esta segunda categoria. Paulo escreve aos seus irmãos e irmãs em Roma com a intensidade de um homem que viu algo extraordinário e não pode mais permanecer em silêncio. «Vocês sabem disso», diz ele, como que para despertá-los. E o que ele lhes anuncia é que a salvação não é uma realidade distante e abstrata, reservada a um futuro incerto. Não, a salvação está «mais perto de nós agora». Esta afirmação muda tudo. Transforma a nossa maneira de ver o tempo, a ética e a vida cotidiana. Convida-nos a uma conversão radical, não amanhã, mas hoje, agora mesmo, neste exato momento em que você lê estas linhas.

Nos parágrafos seguintes, mergulharemos no contexto histórico e literário deste fascinante texto, para compreender a quem Paulo se dirigia e por que suas palavras tinham tanto peso. Analisaremos, então, o cerne de sua mensagem, essa marcante dialética entre a noite e o dia, entre o sono e a vigília. Em seguida, exploraremos três áreas principais de reflexão: a dimensão temporal da esperança cristã, o imperativo ético que dela decorre e o mistério das vestes de Cristo. Recorreremos às vozes da tradição para enriquecer nossa leitura, antes de oferecer sugestões concretas para meditação e aplicação. Pois um texto bíblico que não transforma nossas vidas ainda não revelou todo o seu tesouro.

«A salvação está mais perto de nós» (Romanos 13:11-14a)

Quando Paulo escreveu aos cristãos em Roma: uma carta do seu tempo

Uma comunidade na encruzilhada da história.

Para compreender a importância da mensagem de Paulo, precisamos primeiro nos transportar para Roma, entre os anos 55 e 57 d.C. Imagine esta metrópole vibrante, o coração pulsante do Império, onde mercadores do Oriente, soldados em licença, filósofos gregos, escravos libertos e patrícios cínicos se misturavam. É nesse caldeirão cosmopolita que uma pequena comunidade de crentes em Jesus Cristo tenta viver sua fé nascente.

Diferentemente de muitas outras igrejas, a comunidade cristã de Roma não foi fundada pelo próprio Paulo. Ela se formou gradualmente, provavelmente a partir de judeus convertidos que retornaram de Jerusalém após o Pentecostes, e foi posteriormente enriquecida por gentios atraídos por essa mensagem de esperança. Essa dupla origem judaica e gentia criou tensões das quais Paulo estava bem ciente e que procurou aliviar ao longo de sua carta.

Quando o apóstolo escreveu sua Epístola aos Romanos, provavelmente estava em Corinto, prestes a embarcar em sua jornada para Jerusalém para entregar a coleta para os cristãos pobres da cidade santa. Ele ainda não tinha visto Roma com seus próprios olhos, mas a carregava em seu coração. Sonhava em ir para lá, em... fortalecer a fé crentes, antes de avançarem ainda mais em direção à Espanha, até os confins do mundo conhecido.

O contexto literário: uma sinfonia teológica

Carta aos Romanos Esta é, sem dúvida, a obra mais sistemática de Paulo. Enquanto outras epístolas abordam problemas específicos, esta desenvolve uma verdadeira teologia da justificação pela fé, da graça e da relação entre a Lei e o Evangelho. Os onze primeiros capítulos constituem uma profunda meditação sobre o plano de salvação de Deus para toda a humanidade, judeus e gentios unidos na mesma misericórdia.

Nossa passagem encontra-se no capítulo treze, na seção parêntese da carta, ou seja, na parte dedicada às exortações morais e práticas. Tendo estabelecido os fundamentos teológicos da vida cristã, Paulo agora expõe suas consequências concretas. O capítulo doze nos falou sobre o culto espiritual e a vida comunitária. O início do capítulo treze tratou das relações com as autoridades civis. E aqui Paulo conclui esta seção com um vibrante chamado ao despertar espiritual.

Um texto que transcende o tempo.

Esta passagem gozou de considerável renome na história da Igreja. Ela é lida todos os anos no primeiro domingo de... Advento na liturgia católica, o que lhe confere um lugar privilegiado na espiritualidade cristã. Isso não é coincidência: Advento É precisamente este tempo de espera vigilante, este período em que a Igreja se prepara para celebrar a vinda do Senhor, tanto no mistério do Natal como no horizonte do seu glorioso regresso.

Mas, além do seu uso litúrgico, este texto marcou decisivamente vidas individuais. O caso mais famoso é o de Agostinho de Hipona, de quem falaremos mais adiante. Em meio a uma crise espiritual, o jovem retórico africano ouviu a voz de uma criança lhe dizer: "Toma e lê!". Ele abriu o Livro das Escrituras e deparou-se com essa passagem precisa. Foi o momento de sua conversão. Assim, esses poucos versículos mudaram o rumo do pensamento ocidental.

O texto em sua nudez.

Vamos reler essas palavras juntos, devagar, deixando que elas nos envolvam:

«Irmãos e irmãs, vocês sabem que já é hora, e até mesmo o momento, despertem do sono. Pois a nossa salvação está agora mais perto do que quando cremos. A noite está quase terminando; o dia já vem chegando. Deixemos de lado as obras das trevas e revistamo-nos da armadura da luz. Vivamos decentemente, como em pleno dia, não em orgias e bebedeiras, não em imoralidade sexual e libertinagem, não em ambição egoísta e inveja, mas revistamo-nos do Senhor Jesus Cristo.»

Cada palavra importa. Cada imagem carrega um peso teológico considerável. Somos convidados a uma jornada ao coração deste texto denso e luminoso.

«A salvação está mais perto de nós» (Romanos 13:11-14a)

A essência da mensagem: entre a noite e o dia, entre o sono e a vigília.

Um apelo direto e fraterno

Paulo não usa meias palavras. Sua primeira palavra, "Irmãos", imediatamente define o tom: o de fraternidade, de proximidade, de igualdade perante Deus. O apóstolo não fala de um lugar elevado, de um púlpito inacessível. Ele se coloca no mesmo nível que seus ouvintes, compartilhando com eles a mesma condição de crentes em sua jornada.

Mas essa fraternidade não impede a exigência de padrões elevados. Pelo contrário, é precisamente porque Paulo ama esses cristãos em Roma que lhes fala com tanta franqueza. «Vocês sabem disso», diz ele, como que para lhes lembrar de uma verdade que já carregam dentro de si, mas que talvez tenham esquecido sob o peso da rotina diária. Esse conhecimento não é uma compreensão intelectual abstrata; é uma consciência existencial, uma lucidez sobre o tempo presente e suas implicações.

O paradoxo temporal da esperança

Eis a afirmação central, aquela que dá título à nossa reflexão: "A salvação está mais próxima de nós agora do que na época em que nos tornamos crentes". Esta frase merece ser considerada com atenção, pois contém uma visão profundamente original do tempo.

Na visão paulina, o tempo não é simplesmente uma sucessão de momentos equivalentes. Ele é orientado, direcionado para a plenitude. Cristo já veio, a vitória sobre o pecado e a morte já foi conquistada, mas essa vitória ainda não se manifestou completamente. Vivemos nesse estranho e fértil "entre-lugares" que os teólogos chamam de "já-lá" e "ainda-não".

Mas Paulo afirma que esse "período intermediário" está diminuindo. Cada dia que passa nos aproxima da plena manifestação da salvação. O tempo não é estático; ele avança em direção ao seu objetivo. E esse progresso tem consequências concretas para a maneira como vivemos hoje.

O simbolismo luminoso

Paulo então utiliza imagens marcantes: noite e dia, trevas e luz. Esses símbolos estão profundamente enraizados na tradição bíblica. Desde o primeiro capítulo de Gênese, Deus separa a luz das trevas. Os profetas predizem um "dia do Senhor" quando tudo será revelado. O prólogo do Evangelho de João proclama que a luz brilha nas trevas e que as trevas não a venceram.

Para Paulo, a noite representa o mundo antigo, o mundo do pecado, da ignorância e da separação de Deus. O dia representa o novo mundo inaugurado por a ressurreição De Cristo, um mundo de clareza, verdade e comunhão com Deus. E nós estamos, diz ele, ao amanhecer. A noite ainda não se dissipou completamente, mas o dia já desponta no horizonte. Os primeiros raios de luz colorem o céu.

Esta situação que se avizinha é decisiva. Exige uma decisão, uma escolha. Iremos nos apegar às obras da noite ou nos voltaremos resolutamente para a luz nascente?

As armas da luz

A expressão é notável: «Revistamo-nos da armadura da luz». Paulo usa vocabulário militar, o de um soldado, e isso não é coincidência. A vida cristã não é um passeio tranquilo; é uma batalha. Mas atenção: as armas às quais ele se refere não são as da violência humana. São armas paradoxais, armas de luz.

Em seu Carta aos Efésios, Paulo desenvolverá essa imagem da armadura espiritual: o cinto da verdade, a couraça da justiça, o escudo da fé, o capacete da salvação, a espada do Espírito. Aqui, na Epístola aos Romanos, ele simplesmente menciona essas armas sem detalhá-las, mas a ideia é a mesma: o cristão deve se equipar para enfrentar as forças opostas, não com os meios deste mundo, mas com os recursos que Deus lhe dá.

Uma ética da luz

Após a descrição figurativa, vem a lista concreta. Paulo enumera o que chama de "obras das trevas": orgias, embriaguez, luxúria, devassidão, rivalidade, ciúme. Este catálogo não é exaustivo; é representativo de um certo tipo de comportamento que caracteriza o mundo antigo.

Poderíamos ser tentados a reduzir esta lista a uma simples lição moral sobre temperança. Isso seria perder o ponto principal. O que Paulo aborda não é primordialmente este ou aquele comportamento específico, mas uma disposição fundamental: a de viver segundo a carne em vez de segundo o Espírito, de se deixar governar pelos próprios impulsos em vez da graça de Deus.

Os três primeiros termos (orgias, bebedeiras, luxúria) dizem respeito a excessos relacionados ao corpo e ao prazer. Os três últimos (devassidão, rivalidade, ciúme) relacionam-se aos relacionamentos com os outros. Paulo sugere, portanto, que o pecado desfigura tanto o nosso relacionamento conosco mesmos quanto o nosso relacionamento com os outros.

O tempo está se esgotando: vivendo na urgência da esperança

O «kairos» paulino

Quando Paulo escreve "o tempo é agora", ele usa o termo grego "kairos", distinto de "chronos". Essa distinção é crucial. "Chronos" refere-se ao tempo quantitativo e mensurável, o tempo dos relógios e calendários. "Kairos", por outro lado, refere-se ao tempo qualitativo, o momento oportuno, o instante decisivo em que algo pode acontecer.

Os gregos conheciam bem essa distinção. Eles descreviam Kairós como um jovem alado que devia ser agarrado em sua passagem, pois, uma vez passado, não podia ser capturado. Para Paulo, o momento presente é um "kairós", um momento de graça e decisão. Não é um momento qualquer; é O momento, o momento em que a eternidade irrompe em nossa temporalidade.

Essa consciência do "kairós" deve transformar nossa relação com o tempo. Não estamos simplesmente esperando passivamente por um evento futuro. Estamos ativamente engajados em um processo transformador que exige nossa participação. Cada momento é uma oportunidade de dizer sim à graça, de escolher a luz em vez da escuridão.

Escatologia paulina: já e ainda não.

Para entender a urgência de Paulo, é preciso compreender sua visão da história da salvação. O apóstolo vivia convicto de que a ressurreição Cristo inaugurou os últimos tempos. O velho mundo já está condenado; o novo mundo já está surgindo. Mas esse surgimento ainda não está completo. Vivemos em um período de transição, uma sobreposição entre duas eras.

Essa tensão entre "já" e "ainda não" é característica do pensamento paulino. Por um lado, já estamos salvos: "Pois é pela graça que vocês foram salvos, mediante a fé", escreve ele aos Efésios. Por outro lado, nossa salvação ainda aguarda sua plena manifestação: "Na esperança fomos salvos", diz ele aos Romanos um pouco antes na mesma carta.

Essa tensão não é uma contradição; é uma dinâmica. Ela nos mantém em estado de vigilância e esperança ativa. Não podemos nos acomodar confortavelmente no presente como se tudo já estivesse realizado. Nem podemos desesperar como se nada ainda tivesse começado. Somos chamados a viver nesse fértil intervalo, sustentados pela certeza do que já nos foi dado e buscando a plenitude do que está por vir.

Sono espiritual: um diagnóstico universal

A imagem do sono que Paulo usa não é insignificante. Ela sugere um estado de inconsciência, entorpecimento e distanciamento da realidade. Quem dorme não vê o que acontece ao seu redor; está preso em seus próprios sonhos, isolado do mundo exterior.

Essa metáfora tem uma longa história na tradição espiritual. Os filósofos gregos já falavam do sono da alma, desse torpor que impede os seres humanos de acessar a verdade. Livro de Provérbios Ele adverte contra a preguiça, que leva à ruína. E o próprio Jesus, no Jardim do Getsêmani, repreende seus discípulos por dormirem quando ele lhes havia pedido que ficassem acordados.

O sono espiritual pode assumir muitas formas. Às vezes é indiferença religiosa, essa ausência de questionamento sobre o sentido da existência. Às vezes é hábito, essa rotina que nos leva a realizar ações sem sentido. Às vezes é distração, no sentido pascaliano do termo, essa fuga desenfreada que nos impede de encarar nossa condição. Às vezes é também conforto, esse acomodação a uma vida bem ordenada onde Deus já não tem mais um lugar de verdade.

Paulo nos convida a despertar desse torpor, a abrir os olhos para a realidade espiritual de nossa existência. E esse despertar do torpor não é um evento isolado; é um processo contínuo, uma vigilância constante.

A esperança como força motriz da ética.

O que é notável neste texto é que a exortação moral flui diretamente da afirmação escatológica. Paulo não diz: «Comportem-se bem porque é a lei». Ele diz: «Comportem-se bem porque o dia está se aproximando». A ética cristã não se fundamenta em um dever abstrato; ela se fundamenta em uma esperança viva.

Essa lógica muda tudo. Se nos esforçamos para viver na luz, não é para merecer a salvação — essa é uma dádiva gratuita de Deus. É porque já pertencemos ao mundo da luz, porque nossa verdadeira identidade é a de filhos do dia, e nosso comportamento deve refletir essa identidade.

É um pouco como alguém que, sabendo que vai receber uma herança fabulosa, já começa a viver de acordo com os valores que essa herança representa. Ou como um noivo que, enquanto aguarda o casamento, já vive segundo a lógica do amor conjugal. A esperança não é simplesmente uma projeção para o futuro; ela transforma o presente.

«A salvação está mais perto de nós» (Romanos 13:11-14a)

Rejeitando a escuridão: a coragem da lucidez

Uma lista que causa ofensa

Voltemos à lista de comportamentos que Paulo nos pede para rejeitar: "orgias e bebedeiras, luxúria e devassidão, rivalidades e ciúmes". Esses termos podem parecer pertencer a outra época. Quem de nós participa de orgias? O vocabulário de Paulo parece visar os excessos da cultura greco-romana, aqueles banquetes que por vezes degeneravam em cenas licenciosas.

Mas não nos apressemos a acreditar que somos inocentes. Embora as formas tenham mudado, as realidades que representam permanecem. A intoxicação não desapareceu; simplesmente assumiu novas formas. O alcoolismo afeta milhões de pessoas, mas existe também a intoxicação do poder, a intoxicação do consumo, a intoxicação do entretenimento constante. Nossa sociedade produz suas próprias formas de entorpecimento.

Da mesma forma, a luxúria e a devassidão não desapareceram. A pornografia tornou-se uma indústria global. A sexualidade, em vez de ser um espaço de comunhão e entrega, muitas vezes se transforma em um campo de consumo e exploração. Os corpos são mercantilizados, os relacionamentos instrumentalizados.

Quanto à rivalidade e ao ciúme, talvez sejam mais prevalentes do que nunca em uma sociedade de competição generalizada. As redes sociais exacerbam a comparação constante com os outros. A corrida pelo sucesso, reconhecimento e visibilidade gera comportamentos competitivos que envenenam os relacionamentos humanos.

A escuridão interior

Mas Paulo não está se referindo apenas ao comportamento exterior. Ele está se referindo a uma disposição do coração. As "obras das trevas" surgem de uma escuridão interior, uma falta de luz em nosso ser mais íntimo. É por isso que a conversão não pode se limitar a uma mudança de comportamento; ela deve alcançar as profundezas do nosso ser.

O Padres do Deserto, Aqueles primeiros monges que se retiraram para a solidão do Egito estavam bem cientes dessa realidade. Eles desenvolveram uma psicologia sutil das "paixões", aqueles impulsos internos que, quando descontrolados, levam ao pecado. Gula, luxúria, avareza, ira, tristeza, preguiça, vaidade, orgulho: essas oito paixões fundamentais são as raízes dos comportamentos que Paulo condena.

Rejeitar as obras das trevas, portanto, significa empreender um trabalho de autoconhecimento, de discernir os movimentos do próprio coração. Significa aprender a reconhecer os pensamentos que nos puxam para baixo, as emoções que nos aprisionam, os reflexos que nos distanciam de Deus e dos outros.

A coragem da verdade

Este trabalho exige coragem. É mais confortável permanecer na ilusão, evitar confrontar nossos lados sombrios. A luz, à primeira vista, pode ser dolorosa. Ela revela o que preferiríamos esconder, até mesmo de nós mesmos.

Mas é precisamente aí que a libertação acontece. "A verdade vos libertará", diz Jesus no Evangelho de João. Essa liberdade vem através de um confronto honesto com quem realmente somos. Não para nos afundarmos na culpa, mas para nos abrirmos à graça transformadora de Deus.

Todas as grandes figuras espirituais passaram por isso. Agostinho, em suas Confissões, não hesita em expor suas fraquezas passadas. Teresa de Ávila Fala da necessidade do autoconhecimento como fundamento da vida espiritual. Inácio de Loyola Ele inicia seus Exercícios Espirituais com um exame minucioso de consciência. Essa autoconsciência não é um fim em si mesma; é o pré-requisito necessário para a transformação.

Da vergonha à graça

Há, porém, um perigo nessa introspecção: o de afundar numa vergonha paralisante, num sentimento de indignidade que nos fecha ao amor de Deus. Paulo certamente não quer nos levar a esse ponto. Se ele nos convida a reconhecer as obras das trevas, é para que as rejeitemos, isto é, para que as coloquemos nas mãos de Deus, o único que pode nos libertar delas.

A graça divina não é reservada aos perfeitos. Ela é oferecida precisamente àqueles que reconhecem sua necessidade de serem salvos. «Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim aqueles que não têm.” os doentes »"Disse Jesus. Cristo não veio chamar os justos, mas os pescadores.

Essa transição da vergonha para a graça está no cerne da experiência cristã. Não se trata de negar o mal que praticamos ou a escuridão dentro de nós. Trata-se de reconhecê-los para confiá-los Àquele que pode transformá-los. A confissão não é um exercício de autoflagelação; é um ato de confiança em Deus. misericórdia de Deus.

«A salvação está mais perto de nós» (Romanos 13:11-14a)

Revestir-se de Cristo: o mistério da identificação

Uma metáfora de vestuário

A exortação final de Paulo é talvez a mais surpreendente e profunda: "Revesti-vos do Senhor Jesus Cristo". Essa metáfora das vestes é frequente nos escritos de Paulo. Ela aparece notavelmente na carta aos Gálatas: "Pois todos vós que fostes batizados em Cristo vos revestistes de Cristo". Ela também estrutura a passagem da Carta aos Colossenses Sobre as virtudes cristãs: «Revistam-se de compaixão, bondade e misericórdia.’humildade, "...de gentileza, de paciência..."»

O que significa "revestir-se de Cristo"? A imagem da roupa sugere várias coisas. Primeiro, a roupa é o que nos cobre, o que esconde nossa nudez. Revestir-se de Cristo é, de certa forma, ser coberto por Ele, protegido por Ele. Nossas fraquezas e pecados são escondidos sob o manto de Sua justiça.

Além disso, as roupas são o que nos define aos olhos dos outros. Na antiguidade, as vestimentas indicavam status social, função e afiliação. Vestir-se de Cristo é demonstrar nossa identidade cristã; é apresentar-nos ao mundo como discípulos do Senhor.

Em última análise, é a roupa que nos transforma. Qualquer pessoa que já tenha usado um uniforme sabe que a roupa altera nossa postura, nosso comportamento, nosso próprio ser. Revestir-se de Cristo é permitir que ele nos transforme, é adotar seu modo de ser, é fazer de suas atitudes e valores os nossos.

Batismo como vestimenta

Na Igreja primitiva, essa metáfora tinha uma ressonância muito concreta. Durante o batismo, os catecúmenos despiam-se, desciam nus para a água batismal e emergiam para vestir uma túnica branca. Esse rito simbolizava o abandono do velho eu e o nascimento do novo eu em Cristo.

Esse simbolismo batismal ainda está presente na liturgia atual. A veste branca do batismo, a túnica branca da primeira comunhão, a alva dos sacerdotes e coroinhas: todas essas vestes litúrgicas nos lembram que nos revestimos de Cristo, que participamos de sua vida, que somos chamados à santidade.

Mas o batismo não é um ato mágico que nos transforma instantaneamente em santos. É o início de um processo, a inauguração de um caminho. É por isso que Paulo pode exortar os cristãos já batizados a "revestirem-se de Cristo" como se ainda não o tivessem feito. O batismo nos dá uma nova identidade, mas essa identidade precisa ser desenvolvida, tornada real e vivida dia após dia.

A Imitação de Cristo

Revestir-se de Cristo é também imitá-lo. É conformar nossas vidas à dele, adotar suas escolhas, compartilhar suas prioridades. A imitação de Cristo é um tema central da espiritualidade cristã, magnificamente desenvolvido na famosa obra atribuída a Tomás de Kempis.

Mas atenção: esta não é uma imitação superficial e exterior que meramente reproduz mecanicamente as ações de Jesus. É uma imitação interior, uma comunhão de coração e mente com o Senhor. O que deve habitar em nós é o amor que animava Jesus, sua preocupação com os humildes e excluídos, sua confiança no Pai, sua abertura à vontade divina.

Os santos são aqueles que levaram essa identificação com Cristo ao extremo. Francisco de Assis, que recebeu os estigmas, carregava as marcas da Paixão em sua carne. Teresa de Lisieux falava de seu "pequeno caminho" como uma via para viver o amor de Jesus todos os dias. Charles de Foucauld queria imitar a vida oculta de Jesus em Nazaré. Cada um à sua maneira, eles "revestiram-se de Cristo".

Uma transformação profunda

Revestir-se de Cristo não se limita a uma mudança de comportamento exterior. É uma transformação profunda do nosso ser. Paulo usa em outro lugar o termo "nova criação": "Portanto, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo!"«

Essa transformação afeta todas as dimensões da nossa existência: nosso intelecto, que aprende a pensar segundo o Evangelho; nossa vontade, que gradualmente se conforma à vontade de Deus; nossas emoções, que são ordenadas segundo a caridade ; o nosso próprio corpo, que se torna um templo do Espírito Santo.

É um processo que dura a vida toda. Os teólogos orientais falam de "teose" ou "divinização": o ser humano é chamado a participar da vida divina, a tornar-se pela graça o que Deus é por natureza. Essa perspectiva deslumbrante confere à nossa existência uma dignidade e um propósito extraordinários.

O Cristo Interior

Um último aspecto desse misticismo paulino merece ser enfatizado. Revestir-se de Cristo não é meramente imitá-lo exteriormente; é deixá-lo viver dentro de nós. Paulo escreve aos Gálatas: «Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim». Esta declaração surpreendente revela a intimidade da relação que une o cristão ao seu Senhor.

Cristo não é meramente um modelo a seguir; ele é uma presença viva que habita no coração do crente. Através do Espírito Santo, ele permanece em nós e nós nele. Essa habitação divina é o fundamento da vida espiritual cristã. Orar é entrar em contato com esse Cristo interior. Agir segundo o Evangelho é permitir que Cristo aja através de nós.

Essa perspectiva transforma radicalmente nossa compreensão do esforço moral. Não se trata de nos aprimorarmos por meio de nossa própria força, mas de nos permitirmos ser transformados pela graça. Não se trata de conquistar a santidade, mas de recebê-la como um dom. O trabalho A espiritualidade consiste em remover os obstáculos que impedem Cristo de brilhar dentro de nós, limpando o terreno para que a sua luz possa resplandecer.

As vozes da tradição: ecos através dos séculos

Agostinho: o momento decisivo

Já mencionamos o papel decisivo desta passagem na conversão de Agostinho. Mas voltemos a ela com mais detalhes, pois este episódio ilumina o poder transformador da Palavra de Deus.

Estamos em Milão, no ano de 386. Agostinho é um jovem, brilhante, porém atormentado professor de retórica. Ele explorou a filosofia maniqueísta, depois o ceticismo, antes de se voltar para o neoplatonismo. Acima de tudo, ele é prisioneiro de suas paixões, incapaz de se libertar do relacionamento com uma concubina com quem teve um filho.

Naquele dia de agosto, ele estava sentado em seu jardim, tomado por uma violenta angústia interior. Chorava, implorando a Deus que lhe desse forças para mudar de vida. Então, ouviu a voz de uma criança vinda de uma casa vizinha, repetindo: "Tolle, lege! Tolle, lege!" – "Pega e lê! Pega e lê!"«

Agostinho interpreta essa voz como um sinal divino. Ele pega o livro das epístolas de Paulo que está ao seu lado, abre-o aleatoriamente e encontra a nossa passagem: "Nada de orgias ou bebedeiras, nada de luxúria ou devassidão, nada de rivalidade ou ciúme; mas revistam-se do Senhor Jesus Cristo."«

Ele não precisava ler mais nada. Uma luz de certeza inundou seu coração. Todas as suas dúvidas desapareceram. Agora ele sabia o que tinha que fazer. Alguns meses depois, receberia o batismo de Ambrósio, o bispo de Milão.

Essa história, narrada nas Confissões, exerceu uma imensa influência na espiritualidade ocidental. Ela mostra como um texto bíblico, lido no momento certo, pode se tornar uma palavra viva, capaz de transformar uma vida.

Os Padres Gregos: Divinização

Os Padres da Igreja Oriental desenvolveram uma teologia da divinização que lança luz sobre o mistério das "vestes" de Cristo. Para Irineu de Lyon, Atanásio de Alexandria, Gregório de Nissa e muitos outros, o propósito da Encarnação é precisamente permitir que os seres humanos participem da vida divina.

«Deus se fez homem para que o homem pudesse se tornar Deus», resume uma famosa frase atribuída a Atanásio. Essa afirmação ousada obviamente não significa que nos tornamos Deus por natureza. Significa que, pela graça de Cristo, somos admitidos a participar da comunhão de vida das Pessoas divinas.

Essa perspectiva confere nova profundidade à exortação de Paulo. Revestir-se de Cristo é participar de sua vida divina. É ser atraído para o mistério da Trindade. É começar aqui na Terra a existência gloriosa que será nossa na eternidade.

A tradição litúrgica

A passagem de Romanos 13 encontrou seu lugar natural na liturgia de Advento. Todos os anos, no primeiro domingo deste tempo preparatório para o Natal, a Igreja faz ouvir este apelo à vigilância e à conversão.

Essa escolha não é arbitrária. Advento Este é um tempo de espera, um tempo em que a Igreja se prepara para celebrar a vinda do Senhor. Essa vinda é tríplice: uma vinda histórica na Encarnação, uma vinda espiritual nos corações dos fiéis e uma vinda gloriosa no fim dos tempos. O texto de Paulo nos convida a viver essa tríplice espera com uma atitude de vigilância ativa.

A liturgia bizantina, por sua vez, utiliza essa passagem no contexto da Quaresma, um tempo de conversão e preparação para a Páscoa. A ênfase é então colocada na rejeição das obras das trevas e na adoção do novo eu.

Místicos medievais

Os místicos medievais meditaram sobre este texto a partir da perspectiva da união com Deus. Mestre Eckhart, o dominicano renano do século XIV, desenvolveu uma espiritualidade de desapego que ecoa o conceito paulino de "esvaziamento de si". Para ele, revestir-se de Cristo significava despojar-se de tudo o que não é Deus, criando um vazio interior para que Deus pudesse nascer na alma.

João da Cruz, No século XVI, ele falou da "noite escura" que a alma deve atravessar para alcançar a união divina. Essa noite não é alheia à noite da qual Paulo fala. É a passagem necessária rumo à luz, o momento de purificação que precede a iluminação.

Teresa de Ávila, Seu contemporâneo e amigo espiritual, Evangelius, descreve em "As Mansões" a jornada da alma ao centro do castelo interior onde Deus reside. Essa jornada envolve uma transformação progressiva, uma mudança de comportamentos externos para uma transformação interior, culminando na união transformadora onde a alma e Deus se tornam um.

Caminhos da oração: vivenciando a palavra no dia a dia.

Primeiro passo: acolher a emergência

O primeiro passo é deixar que a urgência da mensagem de Paulo ressoe dentro de nós. "Agora é a hora", "chegou a hora", "o dia está próximo": essas expressões não são meras fórmulas retóricas. Elas expressam uma realidade espiritual.

Reserve um tempo, no silêncio da sua oração, para se fazer esta pergunta: qual é a urgência da minha vida espiritual? O que não pode mais esperar? Que conversões tenho adiado por tempo demais? Deixe que a Palavra de Deus o chame, talvez o sacuda e o desperte do seu torpor.

Essa consciência da urgência não tem o objetivo de nos assustar, mas sim de nos energizar. Ela nos lembra que nossas vidas têm significado, que nossas escolhas têm consequências e que cada dia é uma oportunidade para crescermos no amor.

Segundo passo: identificar a escuridão

O segundo passo é um trabalho de autoconhecimento. Quais são as "obras das trevas" em minha vida? Não necessariamente os comportamentos extremamente ruins que Paulo lista, mas as pequenas concessões, os hábitos que me distanciam de Deus, as atitudes que prejudicam meus relacionamentos com os outros.

Este trabalho de discernimento pode assumir a forma de um exame de consciência regular. Não um exercício que induza à culpa, mas uma revisão em oração dos nossos dias à luz do Evangelho. Que bem fiz hoje? Onde faltou amor? Que pensamentos me derrubaram? A que tentações tive dificuldade em resistir?

Essa autoconsciência é o pré-requisito para todo crescimento espiritual. Ela nos abre para a graça, tornando-nos conscientes de nossa necessidade de salvação.

Terceiro passo: vire-se em direção à luz.

O terceiro passo é o movimento de conversão propriamente dito. Não basta simplesmente reconhecer nossa escuridão; devemos nos voltar ativamente para a luz. Esse movimento tem um nome na tradição cristã: metanoia, a conversão do coração e da mente.

Voltar-se para a luz significa, antes de tudo, direcionar nosso desejo para Deus. Significa pedir-lhe a graça da conversão. Significa reconhecer que não podemos nos salvar sozinhos, mas que Ele pode todas as coisas.

Significa também tomar medidas concretas. A conversão não é apenas uma disposição interior; ela se materializa em escolhas, decisões e mudanças de comportamento. Que pequeno passo posso dar hoje para viver mais na luz?

Quarto passo: revestir-se de Cristo na oração

O quarto passo diz respeito à nossa vida de oração. Revestir-se de Cristo é viver em sua presença, cultivar nosso relacionamento com ele, permitir que sejamos cheios do seu Espírito.

A oração diária é o lugar privilegiado para essa intimidade com o Senhor. Seja ela na forma de... lectio divina, de oração silenciosa, da Liturgia das Horas ou de rosário, Isso nos coloca em contato com Cristo e nos permite ser transformados por Ele.

Os sacramentos, e particularmente a Eucaristia, Essas também são formas privilegiadas de revestir-se de Cristo. Ao recebermos o seu Corpo e Sangue, tornamo-nos aquilo que recebemos. Somos incorporados a ele, assimilados a ele, transformados nele.

Quinto passo: revestir-se de Cristo em ação

O quinto passo diz respeito à nossa vida diária. Revestir-se de Cristo não se limita aos momentos de oração; envolve toda a nossa existência. No nosso trabalho, nas nossas relações familiares, nos nossos compromissos sociais, somos chamados a manifestar Cristo, a torná-lo presente através das nossas palavras e ações.

Tudo pode começar com coisas muito simples: um sorriso, uma palavra de encorajamento, um serviço prestado, uma escuta atenta. Cada um desses gestos, realizado com amor, é uma forma de se revestir de Cristo.

Isso também pode ser expresso em compromissos mais amplos: solidariedade com os pobres, a luta por justiça, a cuidado da criação, O testemunho da fé. O Evangelho não é apenas uma questão privada; ele possui uma dimensão social e política que não podemos ignorar.

Sexto passo: perseverar ao longo do tempo

O sexto passo é o da perseverança. A vida espiritual não é uma corrida de curta distância, mas uma maratona. Conversões espetaculares são raras; na maioria das vezes, a transformação acontece lenta e gradualmente, através dos altos e baixos da existência.

Haverá momentos de fervor e momentos de seca. Vitórias e reveses. Consolações e provações. O importante é não desanimar, sempre se levantar, manter os olhos fixos no objetivo.

Lealdade Esforços diários, humildes e perseverantes são mais preciosos do que impulsos passageiros. A santidade é forjada com o tempo. É dia após dia que aprendemos a revestir-nos de Cristo.

A chamada que não para de tocar

Ao final desta jornada, podemos apreciar a riqueza e a profundidade da mensagem de Paulo. Estes poucos versículos do Carta aos Romanos Elas contêm uma visão do tempo, uma ética, um misticismo, todo um programa de vida cristã.

A salvação está mais perto de nós. Esta afirmação não é uma vaga promessa para um futuro distante; é uma realidade que transforma o nosso presente. Porque o dia se aproxima, somos convidados a viver agora como filhos da luz. Porque Cristo está perto, podemos revestir-nos dele agora.

Este convite não se restringe aos cristãos do primeiro século. Ele ressoa em nós hoje, com a mesma urgência e a mesma promessa. O mundo mudou desde a época de Paulo, mas o coração humano permanece o mesmo, com suas aspirações e fraquezas, sua necessidade de luz e sua tentação das trevas.

A Igreja continua a fazer ouvir este apelo, particularmente neste momento de Advento onde nos preparamos para celebrar a vinda do Senhor. Mas cada dia pode ser um Advento, cada momento pode ser um momento de despertar.

Assim como Agostinho no jardim de Milão, ousemos abraçar e ler. Permitamos que a Palavra de Deus nos alcance, nos transforme e nos impacte. Pois a salvação não é uma abstração teológica; é uma pessoa, Jesus Cristo, que vem ao nosso encontro e nos convida a revestir-nos da sua vida.

Que possamos responder a este chamado com todo o nosso ser, em alegria e a esperança dos filhos de Deus que sabem que o melhor ainda está por vir.

Para ir mais longe: boas práticas a lembrar

  • Lectio divina semanalmente Dedique vinte minutos por semana à meditação lenta. Romanos 13, 11-14, deixando que cada palavra ressoe em seu coração.
  • Exame noturno Antes de dormir, releia o seu dia à luz deste texto. Onde você sentiu luz? Onde prevaleceu a escuridão?
  • Gesto diário de luz A cada manhã, escolha uma ação concreta por meio da qual você manifestará Cristo em seu dia.
  • Confissão Regular O sacramento da reconciliação é o lugar privilegiado para rejeitar as obras das trevas e acolher a graça do perdão.
  • Leitura espiritual Aprofunde sua compreensão deste texto lendo as Confissões de Agostinho, particularmente o Livro VIII, onde ele relata sua conversão.
  • Oração de Advento Use esta passagem como guia para sua oração durante o período de Advento, meditando diariamente sobre um aspecto do texto.
  • Compartilhamento fraternal Sugira a um grupo que compartilhe este texto, debatendo o que ele desperta em cada pessoa e as transformações às quais ele evoca.

Referências

Texto original Carta de São Paulo aos Romanos, capítulo 13, versículos 11 a 14, tradução litúrgica francesa.

Obras patrísticas Agostinho de Hipona, Confissões, Livro VIII, Capítulo 12 – Relato da Conversão no Jardim de Milão. João Crisóstomo., Homilias sobre a Epístola aos Romanos, Homilia 24 – comentário detalhado sobre a passagem.

Estudos Bíblicos Contemporâneos José Fitzmyer, Romances: Uma Nova Tradução com Introdução e Comentários, Anchor Bible – um comentário exegético definitivo sobre toda a epístola. Romano Penna, Carta aos Romani, Edizioni Dehoniane Bologna – análise aprofundada do contexto e da teologia paulina.

Obras de espiritualidade Thomas à Kempis, A Imitação de Jesus Cristo – um clássico da espiritualidade cristã sobre a conformidade com Cristo. João da Cruz, A Noite Escura – Meditação mística sobre a passagem das trevas para a luz.

Comentários litúrgicos Missal Romano, primeiro domingo de Advento, Ano A – Contexto litúrgico do texto. Pio Parsch, Guia do Ano Litúrgico – meditações sobre as leituras da época de Advento.

Via Equipe Bíblica
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Resumo (esconder)

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